sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Ah, eu sou assim mesmo!


Quando a gente tem alma de psicólogo, a gente observa o mundo com uma visão um pouquinho diferente. A gente observa analisando, sem crítica ou julgamento, apenas analisando as diferenças entre os elementos da vida, das pessoas, do mundo como um todo.

É estarrecedor ver o quanto existe um comportamento de conformismo entre os seres humanos.

É como se dissessem para si: “Ah, eu sou assim mesmo, é a vida...”

Às vezes eu fico assustada de ver tanta inadequação, conflito e sofrimento nas vidas, e vejo as pessoas apenas vivendo por viver, levando o dia a dia como se o desequilíbrio, a dor (emocional e física) e os problemas (emocionais, relacionais, de saúde) fossem normais.

Pessoas que não se encontraram ainda, que vivem relacionamentos difíceis e desajustados, em nome do medo da solidão, porque não aprenderam a se amar o suficiente para estarem felizes sozinhas, e assim atraírem alguém tão feliz quanto. Possuem tantos medos e bloqueios que não conhecem, e escolhem inconscientemente pessoas que trazem mais sofrimento para seus mundos.

Pessoas que vivem solitárias por defesa, porque criaram suas teorias sobre “amar é sofrer”, ou “família é só problemas”, quando sofreram no passado, e se traumatizaram.

Se pudessem resolver os seus passados, ressignificar as experiências, teriam a chance de serem felizes ao lado de alguém e de sua própria família. Porque amar não é sofrer. Pelo contrário, amar é dividir a felicidade da vida.

Vejo pessoas que não sabem o que gostariam de fazer, não tem sonhos, trabalham insatisfeitas, e não sabem ao menos responder à pergunta sobre o que realmente as realizaria profissionalmente. Não conhecem o que as preencheria de verdade, porque na verdade nem conhecem a si mesmas, não sabem com o que se identificam.

Pessoas com autoestimas cheias de buracos, infâncias difíceis, crenças rígidas sobre sofrimentos imutáveis, acreditando que felicidade é fantasia.

É como se viver com um vazio no peito, desgaste e infelicidade fosse algo a se aceitar, simplesmente aceitar e deixar a vida passar.

E se conformam, e o tempo vai passando, e a vida vai se perdendo...

É uma pena que a palavra autoconhecimento pareça apenas um termo entre muitas letras num livro de autoajuda, quando poderia ser a solução para uma vida. Para muitas vidas.

Quando publico um texto, o publico com todo o coração.

Ainda tenho a esperança de que muitos despertem e descubram o infinito de recursos que existem para reformarem as suas vidas, seus interiores.

Para isso nós, profissionais que amamos o que fazemos, que nos realizamos na transformação de vidas, estamos aqui, bastando que se disponham a modificar seus preceitos, seus jeitos, seus modelos.

Porque a vida acontece dentro de nós.

Rosangela Tavares



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