Gosto muito de falar sobre o tema da autoestima, por se tratar de algo imensamente importante quando se trata do interior de cada um.
É uma das partes mais importantes da nossa constituição interna, e é a partir da condição da nossa autoestima que se seguirá uma vida mais feliz e emocionalmente saudável.
Autoestimar = autovalorizar.
Então é simples, é o valor que você se dá.
Mas será que é a gente que se dá um
valor?
Ouvimos aqueles chavões do tipo "Se
você não se der o valor, quem dará?".
Isso é verdade, em parte. Mas é um pouco teoria. Se funcionasse realmente, os livros de auto ajuda resolveriam cem por
cento dos conflitos emocionais.
Na verdade a autoestima é construída. O que
forma a autoestima da pessoa são as situações que ela vivencia desde muito
cedo.
Imaginem uma criança que ouviu muitos:
"Eita menino burro, tá parecendo seu pai", "Você vai à escola
pra que?", "Esse menino não faz nada que preste, só me dá
trabalho".
E agora imaginem outra criança, outra
situação: "Muito bem, filho, é assim que se aprende, daqui a pouco você
vai estar fera nisso!", "Esse é meu filhão, não desiste. Esse menino
vale ouro!", "Você é tão caprichoso, vamos lá, vamos arrumar essa
bagunça, eu te ajudo".
Acho que nem é preciso muita explicação
para se prever qual criança construirá uma autoestima boa e qual poderá ter
dificuldades no futuro. E repare que são coisas do dia a dia.
Quando a gente é criança, o que os pais
falam é verdade absoluta. Não temos condições para questionar.
E aí, curiosamente, vemos por aí adultos
que por mais que se graduem, montem seu negócio, planejem sua vida, não
progridem. Por que será?
É a verdade aprendida que diz
o contrário lá no inconsciente. Como um menino burro, que não presta para nada,
vai ser bem sucedido?
E existem inúmeras outras situações que
poderão contribuir para uma baixa autoestima. O bullying, por exemplo, que em
geral aponta para alguma característica física da vítima. E tem as situações
condicionais, em algumas fases da vida. Estar fora do peso, estar sem dinheiro,
sem emprego.
Outra situação marcante na infância é a
falta de recursos financeiros explicada como inferioridade. Já vi crianças
pobres vivendo muito felizes, num ambiente em que não se pregava a pobreza, nem
a falta, nem a tristeza.
Já vi casos de pessoas que tiveram pais
carinhosos, mas humildes o suficiente para não saberem que os filhos precisavam
de apontamentos positivos, de elogios, de quem nomeasse os sentimentos para
eles.
Toda a pessoa se desenvolve a partir do
olhar dos pais, que vão apontar por exemplo: "O João é caprichoso, adora
desenhar", "A Maria é nervosa, mas é amorosa", "O Pedro é
organizado, o quarto dele é todo arrumado", e assim por diante.
Algumas pessoas podem não viver isso
adequadamente, e depois poderão ficar com a sensação de "Como eu
sou?" ou "No que eu sou bom?". Fica faltando um pedaço na sua
constituição interna.
Quem viveu situações assim desfavoráveis,
poderá se tornar um adulto inseguro, angustiado, infeliz. E não necessariamente
estará consciente das causas de sua insatisfação e infelicidade na vida. Poderá
chamar de azar. Mas as atitudes responderão pelo inconsciente, é regra.
Auto estima bem formada é uma das coisas
mais importantes na vida. É o que dá segurança, confiança, felicidade, coragem.
Mas felizmente, apesar dessa constituição
interna negativa, existe a possibilidade da pessoa se tratar, rever o que
viveu, e resignificar as coisas, para poder se libertar das velhas crenças e
ser feliz.
Rosangela Tavares
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Muito coerente!!
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