Nessa fase tão
agitada que precede as eleições de 2014, recebi uma sugestão para escrever
alguma coisa sobre o comportamento mais geral das pessoas do nosso país, com
relação à sua colaboração para o coletivo.
Chega a ser
triste perceber no nosso dia a dia, o quanto a mentalidade "Eu
primeiro" se faz presente.
Uma vez
acompanhei uma pessoa que iniciou numa corrente de boas ações.
Ela explicou que
a proposta da corrente era que cada um se propusesse sinceramente a realizar
três boas ações por dia. E poderia ser em qualquer sentido, até mesmo pagar em
dinheiro trocado, dar a vez para outro motorista no trânsito, elogiar um
colega.
E foi muito
interessante o que ela observou depois de alguns dias: era muito difícil
realizar as três boas ações, tendo mesmo que fazer um esforço para realizá-las.
Por que será?
Talvez porque
fazer para alguém no mundo afora seja algo meio desconhecido, destreinado, não
aprendido (?), na nossa cultura.
Parece ser muito
cultural "dar um jeitinho" para ter facilidades para si, sem a
consciência do que isto implica para o outro, do quanto uma atitude pode
invadir o direito e o espaço do próximo.
E isto vai desde
o som alto dentro da condução, até deixar de pagar um produto que comprou do
amigo e que do qual já está fazendo uso.
Percebo que é uma
questão de consciência, ou melhor, falta de consciência.
É muito comum que
não se tenha a noção do quanto uma atitude individual boa, pode ter um efeito
em cadeia, positivo, motivador, transformador. É o velho chavão "gentileza
gera gentileza", tão verdadeiro e desprezado.
É tão bonito ver
outras culturas educarem suas crianças para servirem aos menores, aos idosos,
ao outro em geral, e sempre. Chega a ser inacreditável, utópico para nós. Nesse
caso não tem o "Eu primeiro", mas o "para Todos Nós".
Se estamos ou não
longe desse altruísmo e consciência não sei, mas talvez você possa parar por um
instante e se perguntar quantos atos positivos realizou nos últimos dias, seja
com um conhecido ou desconhecido. Porque, se pensarmos bem, não podemos cobrar
atitudes dos nossos representantes políticos, se nem damos bom-dia para o
motorista do ônibus, que, só para lembrar, está nos servindo.
Ah, uma frase que eu acho muito bacana e verdadeira:
"Ninguém errou mais do que aquele que não fez
nada, só porque podia fazer muito pouco". (Edmund Burke)
Rosangela Tavares
Lindo texto! Bom para refletir nossas atitudes no dia a dia. Bjs
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