Ressiginificar
pode ser de extrema importância para a nossa saúde como um todo.
Tentei deixar
este texto o menos técnico possível, para não ficar cansativo, espero que
gostem.
Ressignificar é
dar um novo significado para algo, ou seja, substituir o significado de alguma
coisa.
Toda a vez que
temos contato pela primeira vez com algo novo, criamos para aquilo uma representação
em nossa mente, e assim, mesmo quando não estivermos “frente” àquilo, poderemos
acessar a representação.
Isso pode ser
para um objeto material, uma música, uma emoção, um tipo de dor, um cheiro, ou
para coisas maiores, como uma fase da vida, uma história.
É como se fosse
um símbolo que criamos, pessoal, interno, para o arquivamento daquele elemento
dentro do nosso mental.
Por exemplo, se
alguém lhe perguntar de qual cor você mais gosta, você imediatamente acessará
seu arquivo interno, achará a representação, e a traduzirá para quem perguntou.
Desde bebês, dia
a dia vamos formando as nossas representações para tudo o que vivemos. É
complexo, mas lindo.
Então, cada
momento do dia, do ano, da vida, é registrado, catalogado, guardado.
Ter acesso a tudo
ao mesmo tempo não seria saudável ou possível, por isso fica “guardado num
compartimento”.
O mesmo acontece
para as experiências pelas quais passamos. Cada uma delas fica automaticamente
gravada, representada, e isso é involuntário.
E tudo o que é
guardado, tem também uma impressão para nós, algo que tem mais a ver com
sensação, emoção, que pode ser negativa, positiva ou neutra.
Toda a vez que
recordamos uma vivência, a representação será acessada pela lembrança, e trará
junto com ela a emoção que a acompanhou quando aconteceu.
E isso é uma
coisa muito importante quando pensamos, por exemplo, em alguém que sofreu algo
traumático e doloroso. O tratamento mais essencial pode ser pela via da
elaboração e ressignificação.
Mas como funciona
isso?
Muitos de nós já
deve ter passado pela experiência de não gostar de algo, como um prato, de uma
música, um lugar, e anos depois, por algum motivo isso muda, e passamos a
gostar, ou seja, abandonamos a velha impressão sobre aquilo e criamos uma nova,
desta vez positiva. Isso é ressignificar.
Me lembro de ter
assistido a um filme, em que uma pessoa cega de nascença, passava a enxergar. E
foi um choque tremendo, foi sofrido quando ela enxergou uma latinha de
refrigerante vermelha.
E por que foi
assim, e não uma felicidade?
Porque ela não
tinha se dado conta de que desde que nasceu, tinha criado suas representações
de uma forma diferente de quem enxergava, ela não sabia visualmente o que era
uma cor, por exemplo.
E percebeu a
dificuldade que teria dali em diante, para reconstruir seus registros sobre tudo
na vida. Talvez fosse menos sofrido voltar para seu mundo antigo, já
estruturado, da cegueira.
Ressignificar é
refazer, recriar, “re-registrar”. E pode ser uma capacidade riquíssima de cada
um.
Se pensarmos que
somos capazes disso, podemos achar uma porta, uma oportunidade muito positiva
de escolhermos coisas que queremos ressignificar e transformar, e trabalhar
para isso, sozinhos se possível, ou com ajuda, porque muitas vezes trocar o
velho pelo novo pode fazer toda a diferença para a nossa felicidade.
Rosangela Tavares
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