Você já deve ter ouvido algo como: “Pare de fingir que está tudo bem, você sabe que não está”.
Frases assim sugerem situações onde alguém está negando uma
realidade.
Negação é um dos mecanismos de defesa do nosso psicológico,
entre muitos.
Algumas pessoas o usam sempre, sem perceber.
A negação basicamente nos ajuda a não entra em contato com
algo dolorido, conflitivo, com o qual imaginamos que não saberemos lidar, que será
terrível, que é melhor evitar. Ou seja, funciona para nos manter distantes do
sofrimento.
Alguém pode, por exemplo, viver num relacionamento
problemático, e mesmo cansado, fingir que está tudo bem, evitando inclusive qualquer
tentativa de conversa sobre a relação, para não ter que admitir que seu
processo com o outro já acabou, esvaziou, que não tem mais jeito.
Pessoas podem negar que são traídas, para não terem que
enfrentar uma separação, não terem que se sentir rejeitadas, menosprezadas.
A negação, em casos mais graves, pode implicar em
negligência (quando por exemplo uma mãe nega que o filho está sofrendo abuso). Ela
finge que não vê, “dá um jeito” de não entrar em contato com essa verdade,
tamanho o pavor de encará-la.
Negar nem sempre é a melhor saída, apenas adia se ter que
resolver algum conflito, além de que, quem vive insatisfeito e aguentando
sozinho um processo, pode adoecer. Isso sem considerar a energia gasta para
reprimir a emoção real e intensa, que lá no fundo já existe, só está bloqueada.
Existe um ditado que diz: “A verdade é libertadora”, que eu
considero muito coerente, já que enfrentar uma situação e resolvê-la pode ser
um caminho bem mais curto para a liberdade e alívio, e certamente muito mais
sensato do que manter-se num conflito difícil, dispendendo energia para não
encará-lo, correndo o risco de adoecer e ter que arcar com consequências muito
maiores, perda de tempo e oportunidade de mudar de vida, perdas irreversíveis.
A verdade é uma só, e ser realista pode ser saudável neste
sentido.
Rosangela Tavares
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