É conseguir elaborar todas as emoções negativas que tenham
surgido a partir de uma situação que significou um ataque e que atingiu alguém
em seu emocional.
Uma situação mais simples é mais fácil de ser perdoada,
porque a carga de emoções negativas geradas é menor, mais fácil de diluir. Às
vezes um pedido de desculpas do outro resolve a questão.
E quem perdoa, esquece, no sentido de que ao relembrar da
situação, não é mais acometida pelo sentimento ruim que antes emergia.
Por isso, se alguém diz: "Eu perdoei, mas não esqueço", na verdade não perdoou.
Uma pessoa que foi traída conjugalmente é afetada em sua
autoestima. Ela se sente arrasada e diminuída, na idéia de que o parceiro
preferiu a outra pessoa que não a ela.
Nesta situação poderá conter sentimentos como raiva,
decepção, mágoa, tristeza, humilhação, ficando mais difícil de ser perdoada, já
que, quem for perdoar, terá que conseguir dissolver toda essa carga diversa de
sentimentos intensos.
Algumas pessoas preferirão a vingança, na tentativa de se
sentirem "dando o trôco na mesma moeda".
Quando somos atacados, é da nossa natureza que sintamos que
o outro, o que atacou, tenha sido mais poderoso.
Significa que quem foi atacado, foi agredido, ferido,
humilhado, anulado.
E perdoar nesse caso, pode dar a idéia de que se está
aceitando o que o outro fez, lhe deixando com o poder, e essa idéia atinge a nossa
autoestima.
Essa é a visão que o nosso ego tem da situação.
É por isso que o perdão é pregado como uma das maiores
virtudes, pois dependendo da condição, a pessoa sozinha não consegue passar a
limpo, resolver, esquecer.
A raiva pode chegar a ser tão grande, que a pessoa escolhe conscientemente
não esquecer, afirmando que nunca perdoará.
Perdoar é difícil, pois geralmente ficamos o tempo todo
inconformados.
É importante que aprendamos que a raiva não modifica as
situações vividas, mas ao contrário, faz muito mal a quem a carrega.
O melhor caminho sempre será o da elaboração dos processos, para
nossa libertação e saúde.
Rosangela Tavares
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