sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Ato falho


Todos nós em algum momento acabamos por falar uma palavra quando queríamos dizer outra. Ou então chamamos alguém pelo nome de outra pessoa.

Às vezes as pessoas brincam dizendo: “Olha o ato falho...”.

É que o ato falho tem a ver com desejo, com querer algo de verdade, com estar com alguma vontade.

O ato falho é o impulso da vontade real, que sai em forma de atitude. É quando a pessoa atua pelo inconsciente.

Um ato falho nunca é falso.

Ele pode estar, por exemplo, na situação onde eu confundo os dias da semana e acho que hoje já é sexta, quando ainda é quinta.

É porque a vontade verdadeira está em querer que seja sexta.

O ato falho também pode estar em atitudes de esquecimento.

Se eu penso: “Não posso esquecer de levar aquela pasta para o trabalho” e acabo esquecendo, é muito provável que em algum ponto do meu desejo isso não era tão urgente assim, ou então em algum nível eu fiquei entre levar mesmo ou não levar, ou levar outro dia.

Enfim, quando o desejo é cem por cento legítimo, nós não falhamos.
Sendo assim, poderíamos dizer que o ato falho na verdade é um ato verdadeiro (fica até engraçado, mas é isso mesmo).

A velha brincadeira de chamar o companheiro por outro nome na intimidade é realmente válida. Se o ato falho começa a acontecer, é porque tem desejo envolvido, mesmo que seja fantasia, mas fantasia também é desejo.

Nós podemos inclusive cometer erros na escrita.

Me lembro de uma pessoa me contar uma vez, que estava com certa raiva do marido, e ao lhe escrever um e-mail ela digitou “Mau amor”, ao invés de “Meu amor”. Isto também pode significar um ato falho.

Toda a vez que você chamar um amigo por nome de outro amigo, pense e reflita se realmente você não estava querendo que o outro amigo estivesse presente naquele momento.

Ato falho é falhar inconscientemente, deixando vir à tona o que ansiamos verdadeiramente.


Rosangela Tavares


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Como trabalhar as crenças inconscientes que te prejudicam


Crenças são teorias que criamos a partir de experiências da nossa vida.

Elas podem se formar até mesmo por algo que não vivenciamos, mas que tenhamos assistido, e que tenha vindo de encontro com algo que já pensamos.

Sem querer, os nossos pais passam muitas crenças para nós.

As crenças positivas refletirão “para sempre” em nosso interior, como quando nossos pais afirmam que somos bons em alguma coisa. Passamos então a acreditar naquilo, e a realizamos sem problemas.

Da mesma forma funcionarão as crenças negativas. Se nossos pais ficarem repetindo que somos muito tímidos, ou incapazes, poderemos seguir tais afirmações por anos e anos, acreditando nisso como uma verdade.

É essencial termos ciência das nossas crenças internas, porque é a partir delas que desenvolvemos outras crenças, e é a partir das nossas crenças que fazemos a nossa realidade.

Se eu gosto muito de dirigir e dirijo bem, provavelmente acredito nisso, criei uma crença de que sou bom nisso, e serei elogiado, e continuarei dirigindo muito bem.

Se você é bom em alguma coisa, provavelmente você tenha conseguido criar uma crença sobre isso, de forma que é tão crente nisso, que não questiona, não conflita, apenas realiza muito bem, sem medo, sem erros, e assim realmente se mantém muito bom nisso.

Da mesma forma que alguém vive uma má experiência e cria uma crença de que tem medo daquilo, que não é bom, que nem tentará mais.

Quando nós criamos uma crença ruim sobre alguma coisa, tendemos a olhar aquele tipo de situação sempre de forma negativa. E toda a vez que algo der errado e tiver a ver com aquilo, diremos a nós mesmos: “Viu? Não disse? Eu já sabia, tenho azar nisso, não adianta”.

Temos que aprender que as crenças estão apenas dentro da nossa mente. São criações nossas. Assim como as crenças positivas.

Os medos são crenças. Se as pessoas superam seus medos, provavelmente conseguiram trocar uma crença por outra, ressignificaram, e passaram a acreditar diferente.

É muito importante que nos autoconheçamos e identifiquemos as nossas crenças negativas. Assim teremos a chance de revê-las e transformá-las.

Se isto não fosse possível, não veríamos todos os dias pessoas se superando, a partir de suas vontades e trabalhos pessoais.

Crenças são teorias que passamos a focar e confirmar.

Reconhecendo-as poderemos fazer algo sobre elas.

Rosangela Tavares







quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O que é ter Empatia


As pessoas costumam confundir Empatia com Simpatia.

Então dizem, por exemplo: "Assim que nos conhecemos rolou uma empatia muito grande", ou então: "Ela passa uma empatia".

Mas empatia na verdade é a capacidade de se colocar na situação do outro, de uma forma mais emocional e próxima, e não só racionalmente.

Ser empático é ouvir sem julgamento, para poder realmente ter a compreensão do que o outro está vivendo, sentindo, querendo dizer.

Se alguém me diz por exemplo: "Meu casamento está muito difícil, já tem um bom tempo que só brigamos, está bem complicado viver assim", eu estarei sendo empático à medida que eu sinceramente sentir algo como: "puxa, realmente deve ser bem triste passar por um processo assim num casamento", e posso dizer: "eu imagino como deve estar sendo difícil para vocês, porque é muito triste quando passamos por crises em nossos relacionamentos".

E eu não estaria tendo empatia se pensasse: "não sei para que ficar reclamando do casamento, porque então não se separa?".

A diferença está em colocar ou não o seu modo pessoal de ver uma situação que não é sua, e consequentemente estar julgando o comportamento do outro baseado no seu jeito de ver as coisas.

Talvez esta pessoa esteja sofrendo muito, mas deve ter muitos motivos para lutar antes de decidir se separar.

Ser empático é saber ouvir e compreender, deixar as suas opiniões de lado e tentar sentir o mais sinceramente o que o outro está tentando passar.

Talvez ele só espere que você diga "puxa, que dífícil, você deve estar sofrendo um bocado com tudo isso".

Muitas vezes o outro só precisa ser ouvido, poder sentir que alguém entendeu o tamanho do seu sofrimento.

Por isso, ser empático também pode significar ser amigo, ser solidário, além de ser uma atitude madura. 


Rosangela Tavares






























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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Me deixe com a minha dor


Existe um princípio de funcionamento nosso, chamado Princípio do Prazer.

O Princípio do Prazer é algo que faz parte da nossa natureza, da nossa atividade central, assim como existe o nosso instinto de sobrevivência.

Desde que nos formamos, já vivemos pelo Princípio do Prazer, que consiste no impulso de buscar o prazer toda a vez que surge um desprazer, um incômodo.
O bebê chora assim que qualquer desprazer surge.

Nós buscamos acabar com desprazer a cada vez que sentimos sede, fome, saudade, dor, frio, calor, raiva...

E ao desconforto mais intenso podemos chamar de sofrimento.

Toda a vez que estamos em sofrimento, reagimos de alguma forma, seja chorando, falando, entristecendo, dormindo, nos irritando, adoecendo.

Sempre existirão os sofrimentos que poderemos tratar, amenizar, evitar, lidar de jeitos diferentes.

De qualquer forma o que mais importa na questão do sofrimento é o quanto temos capacidade para reagir positivamente, buscando saídas, ao invés de nos recolhermos, nos fecharmos, acabando por cair em depressão e angústia, ou ficarmos levando uma vida sem graça, vivendo por viver.

O que mais importa aqui, é a busca pelo prazer, por viver feliz.

Muitas vezes quem está em grande sofrimento mal consegue ter a clareza sobre qual caminho tomar, mas independente disso, em geral sempre haverá um caminho para a mudança.

Algumas pessoas se acostumam a um estado de sofreguidão, e vão seguindo, se lamentando todo o tempo, mas não fazem nenhum movimento para a mudança. E por incrível que pareça, algumas delas precisam desse sofrimento, pois é o sentido que deram para suas vidas.

Aprender a lidar com o sofrimento é algo que alcançamos quando criamos recursos internos, que são descobertos e desenvolvidos a partir do autoconhecimento.

A Psicoterapia, por exemplo, é um dos caminhos para este trabalho.

Quanto mais nos conhecermos, mais teremos condições de estar preparados para lidar com os processos da vida.

Sofrer pode ser uma escolha, mas é importante termos claro, que só depende de nós para encontrarmos o alívio. Não vale a pena escolher a dor.


Rosangela Tavares














segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Estabeleça o seu Sucesso


Num primeiro momento, Sucesso pode levar a se pensar em fama, fortuna... e é claro, felicidade.
Mas sucesso é algo muito relativo e está ligado diretamente ao grau de exigência, satisfação, objetivo de vida das pessoas.
Para começar, pare e pense se você tem claro para você mesmo o que seria ter sucesso.
O que é para você, na sua vida, alcançar o sucesso? A partir do que, você consideraria que o sucesso aconteceu para você? E até onde estaria bom?
Essa delimitação é essencial para a definição da realização de cada um.
Porque para algumas pessoas o sucesso pode estar em ser a vendedora de salgadinhos mais famosa da comunidade, ser querida, morar numa casa simples, mesmo não sobrando quase nada para guardar no final do mês.
Ou então em ser aquele professor realizado, cansado por fazer o que mais ama na vida, com entusiasmo, mesmo que isto não lhe renda rios de dinheiro.
E para você?
Muitos milionários e até bilionários podem neste momento estar doentes, estressados, vivendo com medo das oscilações da economia, alguns mesmo se questionando sobre o que é a felicidade.
Sucesso é ser o tão falado bem-sucedido, é atingir o objetivo de vida que você conseguir estabelecer para você mesmo.
Porque se não conseguir definir exatamente, corre o risco de ser um eterno insatisfeito, sempre em busca de mais, sem saber na verdade onde quer parar.
Uma das premissas para se sentir realizado e com sucesso é realizar o que gosta.
Qual é a coisa que você mais gosta ou gostaria de fazer?
Porque fazer o que ama já é estar, de alguma forma, satisfeito e contente.
E mesmo que você já tenha claro o que mais gosta para a sua vida, não conseguirá concluir que chegou ao sucesso, sem ter demarcado para você mesmo, onde se fecha tal condição.
É indispensável estabelecer um parâmetro, uma meta, um desejo, um plano.  Correr atrás de um alvo é mais fácil do que ficar correndo sem saber qual é o alvo.
Sucesso é uma condição pessoal, dentro dos limites de satisfação de cada um. 
E pode estar num jeito muito simples de ganhar a vida.

Rosangela Tavares