Eu estava assistindo a uma série sobre o maior ilusionista
do mundo, Harry Houdini e me chamou a atenção uma frase que ele disse: “O que os olhos vêm, a mente acredita”.
E é tão interessante pensar que a nossa mente pode tirar
conclusões diante de coisas que a gente vê, como se fossem verdade.
Às vezes não tem nenhuma verdade no que estamos vendo.
No caso desse ilusionista ele fazia tão bem os seus truques
que era difícil alguém se convencer de que o que estava vendo não era genuíno.
Mas o que eu quero dizer, em se tratando dos nossos
sentimentos, é o quanto a gente tem que ter cuidado para não acabar sofrendo
por ilusões.
Sabe quando a gente sofre imaginando alguma situação?
Isso acontece muito quando alguém sofre por ciúmes, por
exemplo.
A pessoa sofre muito mais pela fantasia do que pela
realidade, porque muitas vezes nada do que ela imagina está acontecendo.
Ou então quando a gente teme por algo que pode suceder, e
visualizamos mil situações diferentes, quando o mais tranquilo e menos
desgastante seria apenas esperar e lidar com o fato (isso se ele viesse mesmo a
acontecer!).
Eu percebo que as pessoas passam tempo demais gastando
energia pensando e se martirizando com suas criações.
Se aprendessem a deixar um pouco de lado toda a quantidade
de sofrimento por pensamentos que não são sobre realidades, talvez pudessem
usar esse tempo com idéias e atividades agradáveis, produtivas, positivas,
investindo essa carga no que fosse indispensável.
O fato é que a gente vive morrendo de medo de sofrer, então ficamos
nos adiantando, como se isso fosse uma forma da gente se prevenir ou estar
preparado para quando o pior acontecer, não sermos pegos de surpresa (e isto
inclui a idéia errônea de que assim não sofreríamos tanto).
Dessa forma nós apressamos tanto esse padecimento e nem
percebemos o quanto não vale a pena.
Uma coisa legal da gente praticar é se manter atento aos
nossos tipos de pensamentos e a forma como os criamos, assim temos mais chances
de barrar esse processo de consumição assim que ele começar.
De quebra passaremos a nos conhecer melhor, identificando
nossos níveis de medo, observando como funcionamos nesse sentido.
E para driblar o medo, podemos pensar da seguinte forma: se conseguimos
lidar com os sofrimentos no pensamento, por que não conseguiríamos lidar com as
situações se elas realmente se concretizarem?
Porque provavelmente grande porcentagem dos cenários que a
gente imagina acaba nem acontecendo.
É mais inteligente conduzirmos melhor o que se passa na nossa
mente, para que não aconteça como quando estamos diante de uma apresentação de
mágica, onde ficamos angustiados e ansiosos, roendo nossas unhas por uma
situação que não passa de ficção.
A verdade é que a nossa mente acredita mesmo no que os olhos
vêm, e muitas vezes no que não vêm também.
Rosangela Tavares
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