Algumas pessoas chamam os processos da vida de provações,
obstáculos, azar, dificuldades.
Talvez elas os chamem assim devido ao
sofrimento que os acompanha. Ou então foi a forma como aprenderam que a vida
é.
Processos são ciclos, com início, meio, fim; Mesmo que o fim
signifique a morte, pois não há regras para o tempo dos processos.
Nossa infância é um processo, nossa adolescência, a vida
adulta.
Cada namoro é um processo, cada amizade, cada casamento.
Cada emprego, cada doença, cada luto.
Mas algo essencial a se aprender são as formas que temos
para encarar os processos.
Porque para a maioria das pessoas, ou está tudo bem, ou não.
Se há um processo difícil em andamento, então se está “mais ou menos”, ou se
está mal, mesmo.
Os processos da vida são inevitáveis, todos passaremos por
eles, em todas as idades, sem exceção.
Quanto mais rápido aprendermos a nos acalmar para poder
aceitar que é apenas mais um processo, que precisamos nos ater ao aprendizado
que aquilo vai trazer, mais chances teremos de aprender mais, crescer mais, sofrendo
menos, sofrendo o mínimo.
Algumas coisas, como as perdas para a morte, não nos dão
muita escolha sobre como agir, mas podemos aprender o processo do luto adequado,
abreviando o nosso sofrimento, elaborando a perda, aceitando aos poucos, alcançando
depois de algum tempo uma dor menor, quem sabe só a saudade.
Para outros processos difíceis podemos aprender a ter o
olhar de que é apenas mais um processo da
vida, com direito a ter fim, porque por muitas vezes não teremos como
impedir do outro fazer uma escolha e partir, e isso não acaba com a nossa vida,
apenas nos muda de lugar, nos forçando a sofrer com apego, ou... enxergar como
um processo que acabou porque chegou a hora, porque não haveria mais troca, porque
chegou o momento do outro seguir um caminho que sempre foi só dele, pois no fundo somos
sozinhos, e nunca seremos saudavelmente
grudados numa relação.
E os processos não são difíceis apenas em seus finais. Como
muitas pessoas que concebem filhos especiais, que requererão cuidados até o fim
de suas vidas.
Elas poderão escolher o caminho do fazer por amor, ou lamentar uma vida toda, sem conseguir enxergar
que a experiência é apenas um processo dentro de tantas coisas boas que se tem
para fazer na vida. O que parece um fardo pode ser a fonte de um aprendizado de
amor infinito, de grandeza e transformação.
Quanto mais resistimos, mais os processos se prolongam, se
repetem, em nome da rigidez, do medo da mudança, do nosso egoísmo.
Não existe processo só com lado negativo, nosso olhar é que
dará a direção.
Os processos podem ser apenas lições, não castigos, nem punição.
Sempre poderemos escolher como enxergá-los.
Não temos como fugir dos processos da vida, mas temos como
estar cada vez mais atentos, para aprender a olhá-los do melhor jeito, objetivamente
até, aproveitando os ensinamentos que nos trazem, respirando mesmo em meio às
ondas, conseguindo olhar o sol enquanto batalhamos mais um processo natural.
Rosangela Tavares
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