Ouvimos muito falar em vazio, vazio interior, vazio
emocional, vazio que não se sabe explicar.
O sentimento de vazio na vida é algo muito significativo, e
deveria ser levado em consideração muito mais do que geralmente é.
Sentimento de vazio sugere insatisfação, carência,
infelicidade, solidão, insaciabilidade, tristeza, depressão.
O vazio pode estar ligado a muitas coisas.
Alguém que perdeu algo importante na vida pode ficar com o
sentimento de vazio, como não ter mais aquela pessoa querida, o animal de
estimação, o emprego que amava, a casa onde morou desde a infância.
E vazio pode ter a ver com outros aspectos, como quando
alguém não encontra sua vocação profissional, não trabalha no que gosta, se
sente infeliz sem saber no que realmente se realizaria. E fica a sensação de
vazio, de não saber que caminho tomar para mudar de vida.
E tem o vazio mais profundo, aquele que algumas pessoas
descrevem como algo que as acompanha desde que se lembram, desde que eram pequenas.
Nesse caso podemos pensar numa criança que não teve o
suporte emocional de que precisava, seja da mãe, dos pais, da família. Muitas
pessoas contam sobre um vazio imenso ao lembrar de como a mãe era ausente
(emocionalmente e/ou fisicamente), do quanto se sentiram sozinhas e
desamparadas, do quanto não tiveram com quem contar, tenha sido pela repressão
vivida em casa, ou pela falta de condição dos pais darem mais continência, de
ouvirem, de acompanharem, de darem colo. Muitas vezes os pais nem tiveram
ciência dessa necessidade por parte da criança, do quanto eles lhe faltaram.
E é como essas pessoas dizem se sentirem até hoje, em falta,
carregando um sentimento de não completude, de carência, de que lhes falta
alguma coisa.
Vemos muitos casos em que se procura o preenchimento em
outra pessoa, às vezes até numa relação que não é boa, mas que traz em algum
nível a idéia de não estar sozinho, no vazio.
Pessoas procuram como companhia a bebida, o cigarro, os
excessos.
Tem as pessoas que conseguem crescer profissionalmente, como
os velhos famosos, que ganham muito dinheiro, se casam, e mesmo assim parecem continuar
a carregar um vazio tão grande que acabam por pôr um fim à vida, às vezes
propositalmente, quando não definham nos abusos do que faz mal.
O vazio pode ser um incômodo constante, um oco, um buraco no
emocional.
E todo o vazio tem a sua razão de ser.
E todo o vazio tem a sua razão de ser.
Quando se pode dar conta de que o vazio existe dentro de si,
e se pode trabalhar e analisar de onde pode vir, fica menos difícil intervir, de
forma a amenizá-lo, entendendo melhor em
que área se encontra, e assim poder
aceitar, e então trabalhar, elaborar, para poder tentar de alguma forma
transformar a “perda” antiga, atualizando a representação da vida, encontrando
recursos e formas de lidar e até preencher o velho vazio.
Rosangela Tavares
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